Autora: Alice Walker
Editora: José Olympio
Páginas: 334
Meus amigos, que livro violento! E não é entonação só para chamar á atenção para te fazer ler este texto. É um livro incrivelmente fantástico com pontos de discussão sobre racismo, crença em Deus, violência contra a mulher, luta por sobrevivência e sororidade feminina, luta dos povos africanos, relacionamento abusivo, abuso de menores, empoderamento feminino - sim, em 1915 já existiam mulheres que passavam fora da curva e sabiam do seu poder. Temos que louvá-las.
O livro é ambientado no sul dos estados unidos no período entre guerras e é escrito por Celia em formato de carta para Deus e para sua irmã Nettie, que nunca foram enviadas. Mas afinal, quem é Deus? Por que ele permite tanto sofrimento?
Trecho página 242:
"Quem você pensa que é? ele falou. Você num pode amaldiçoar ninguém. Olhe para você. Você é preta, é pobre, é feia. Você é mulher. Vá para o Diabo, ele falou, você num é nada"
As cartas de Celie são escritas de forma bem informal, e com um português incorreto, pois ela não teve tempo de se alfabetizar devido aos abusos da sua vida.
Celia, garota de 14 anos, negra, é abusada pelo pai (Carinha), tem 2 filhos que são retiradas dela e é arranjada a casamento com um vizinho que continua com os abusos físico e mentais.
As cartas escritas com tantos erros nos faz ter um sentimento de estranheza e passa ao de empatia no decorrer da leitura.
Quem não ficaria empático com tanto sofrimento sem motivo?
A vida de Celie ganha redenção quando a amante do seu marido, Albert, passa a viver no mesmo teto que eles. What the fuck, Karol?
É, (risos), isso mesmo. Celie passa de raiva a admiração em relação a Shug Avery, amante de Albert. E aqui podemos pontuar a sororidade.
Shug ajuda Celie a dar uma reviravolta em sua vida. De uma garotinha negra, feia e com o psicologico devastado com tantos abusos, ela se torna uma mulher firme, de autonomia, independente e feliz.
E sua irmã Nettie, foi estuprada pelo pai também? E os filhos de Celie, morreram? O pai de Celie, o estuprador, casou novamente, morreu, foi preso? E ALbert, Celie matou?
São perguntas que deixo que vocês respondam ao ler o livro! :)
Ponto baixo: não gostei do final do Albert.
Leitura que vale muito a pena ser conjunta para discutir tantos pontos problemáticos que até hoje reina em nossa sociedade.
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